SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E AS POTENCIALIDADES NA ÁREA DA ENFERMAGEM SOB A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE TASY

 

Luís Felipe Pissaia[1]

Universidade do Vale do Taquari

lpissaia@universo.univates.br

Arlete Eli Kunz da Costa[2]

Universidade do Vale do Taquari

arlete.costa@universo.univates.br

Eniz Conceição Oliveira[3]

Universidade do Vale do Taquari

eniz@univates.br

______________________________

Resumo

O objetivo deste estudo é identificar as potencialidades da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) por meio do software Tasy para a área da enfermagem. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, tendo como participantes doze estudantes regularmente do curso de graduação em enfermagem da Universidade do Vale do Taquari (Univates). Os instrumentos de pesquisa foram entrevista individual e diário de itinerância do pesquisador. A análise dos dados seguiu aproximações com a Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados indicam os benefícios de realização da SAE no Tasy para o fortalecimento da relação entre teoria e prática. Outro ponto abordado é a potencialidade para a assistência de qualidade em prol da população atendida e por fim, a gestão dos indicadores e metas da equipe, além do gerenciamento da saúde dos pacientes. Dessa forma, considera-se que a realização da SAE no Tasy possibilita várias potencialidades para a melhoria das ações desenvolvidas pelos enfermeiros.

Palavras-chave: sistemas em saúde; Tasy; teoria e prática; informática; ensino em saúde.

 

SYSTEMATIZATION OF NURSING CARE AND POTENTIAL IN THE NURSING AREA UNDER THE USE OF TASY SOFTWARE

 

Abstract

The objective of this study is to identify the potentialities of the application of the Systematization of Nursing Care (SAE) through the Tasy software for the nursing area. This is a qualitative, descriptive and exploratory research, with twelve regular students of the undergraduate nursing course at Universidade do Vale do Taquari  (Univates) as participants. The research instruments were individual interviews and the researcher's traveling diary. Data analysis followed approaches with Bardin's Content Analysis. The results indicate the benefits of performing SAE in Tasy for strengthening the relationship between theory and practice. Another point addressed is the potential for quality care for the benefit of the population served and, finally, the management of the team's indicators and goals, in addition to the management of the patients' health. In this way, it is considered that the realization of the SAE in Tasy allows several potentialities for the improvement of the actions developed by the nurses.

Keywords: health systems; Tasy; theory and practice; computing; health education.

1 INTRODUÇÃO

A enfermagem enquanto profissão moderna dispõe de várias ferramentas que possibilitam a gestão do trabalho e segundo Riegel e Crossetti (2017) conferem qualidade nos diferentes âmbitos do cuidado oferecido para a população a partir dos problemas identificados no contexto social. Dessa forma, Magalhães et al. (2017) descrevem uma formação integral em enfermagem centrada na articulação entre os serviços de saúde e as necessidades da população que se encontra em sua área de atuação, conduzindo a realização de planos de cuidados individuais ou coletivos.

A construção do plano de cuidados é articulada com a coleta de informações e realização de ações preconizadas pelo Processo de Enfermagem (PE) conforme demonstram Linch et al. (2019), cujo principal fundamento está na sistematização das etapas e realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A SAE desde a concepção e obrigatoriedade por meio da Resolução nº 358 de 2009 é tida como uma ferramenta com potencial para a área da enfermagem, conforme o próprio Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) (2009) desenvolve na indicação para os serviços da saúde.

A realização da SAE é desenvolvida por meio do PE que é tido como um instrumento para a coleta e a organização dos dados que compõem a assistência ao paciente. Segundo Regis e Porto (2011) a metodologia possibilita a reflexão crítica sobre o plano de cuidados de maneira que sua resolutividade esteja presente. Contudo, Pissaia et al. (2020) verificam em seu estudo uma dificuldade veemente na realização da SAE nos serviços de saúde, sobretudo nos hospitais, tendo como motivos a falta de tempo nos turnos e a complexidade inerente ao registro de todas as informações exigidas no processo de trabalho.

Nesse sentido, a área da enfermagem se beneficiou com a disponibilização de tecnologias, principalmente as da informática para o auxílio nos processos de trabalho e Yamamoto, Bandiera-Paiva e Ito (2015) demonstram que os sistemas de informação e comunicação fomentam a troca de dados necessários entre as equipes de saúde para a construção do plano de cuidados. Para Kenski (2012) a tecnologia está presente no cotidiano da população, sendo vista como uma ferramenta de apoio para o ensino e, sobretudo, o trabalho em enfermagem que se beneficia com a agilidade de processos resultantes da informatização. A integração de dados também é importante para o contexto da área da saúde e conforme Chacko e Hayajneh (2018), auxiliam no monitoramento do estado de saúde dos pacientes, disponibilizando dados em tempo real, sendo uma plataforma confiável para armazenamento das informações.

Para Silva e Lima et al. (2022) a informatização possibilita a inserção de softwares de gestão em saúde, sendo um deles, o Tasy, que conecta as diferentes áreas de um serviço de saúde como meio de gerenciar os processos de trabalho e conferir a sustentabilidade do negócio. Conforme a Philips (2020) além do gerenciamento do serviço de saúde, o software Tasy desenvolve a cultura de qualificação das práticas de trabalho desenvolvidas no espaço, aumentando as taxas de resolutividade nos planos de cuidado e satisfação da população atendida. A inovação em saúde é necessária e segundo Ge et al. (2017) auxiliam na condução planos de cuidados efetivos e resolutivos para os pacientes atendidos nos serviços de saúde.

O software Tasy representa muitas potencialidades para a área da enfermagem, mas conforme Yamamoto, Bandiera-Paiva e Ito (2015) a implementação da SAE é a mais importante no contexto de atuação do enfermeiro e responsável pela busca de qualificação da assistência em saúde. Sob este limiar, Silva e Lima et al. (2022) fomentam a utilização de softwares para a gestão de saúde dos pacientes como meio de aumentar a comunicação entre a equipe de saúde e a possibilidade de integrar o plano de cuidados com os demais profissionais atuantes no serviço de saúde, gerando a integralidade nas intervenções prescritas ao indivíduo ou coletividade.

Para tanto, observam-se potencialidades na realização da SAE com o auxílio do software Tasy, indicando a qualificação da assistência de enfermagem como a principal delas e destacada no estudo de Cardoso et al. (2017). Outras potencialidades indicadas com a implantação do software Tasy são destacadas por Yamamoto, Bandiera-Paiva e Ito (2015) como a disponibilidade do prontuário do paciente, constando todos os registros assistenciais gerados no serviço de saúde e por consequente a segurança nas atividades profissionais realizadas durante o acompanhamento pelo plano de cuidados. Para George e Thampi (2019) os processamentos de dados proporcionados pelos softwares de prontuário do paciente permitem conhecer o perfil dos pacientes que frequentam o serviço de saúde, bem como auxiliar no planejamento de ações realizadas pela equipe multiprofissional.

A informatização da SAE pelo software Tasy estimula a sua realização pela equipe de enfermagem e estimula a busca constante pela melhoria nos processos de trabalho e aperfeiçoamento profissional, conforme indicam Paulino et al. (2017). Contudo, destaca-se que as potencialidades descritas com a realização da SAE por meio do software Tasy dependem da formação dos profissionais atuantes, principalmente sobre a realização e aplicação da metodologia de trabalho e o manuseio de tecnologias da informática, conforme enfatizam Linch et al. (2019).

Dessa forma, percebe-se que as potencialidades na realização da SAE por meio do software Tasy são inúmeras perante o arcabouço de atuação do profissional de enfermagem, mas para que tal situação ocorra, é necessário que o ensino de tal metodologia de trabalho tecnológica seja continuado e permanente. Para tanto, torna-se pertinente investigar o proposto, a saber, “identificar as potencialidades da aplicação da SAE por meio do software Tasy para a área da enfermagem”.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e de cunho qualitativo. Os participantes desta pesquisa foram 12 indivíduos, sendo todos estudantes regularmente matriculados no curso de graduação em enfermagem da Universidade do Vale do Taquari (Univates).

A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas presenciais e online, modalidades escolhidas conforme a disponibilidade de cada participante durante os meses de novembro a dezembro do ano de 2021. Para a seleção dos entrevistados, 28 indivíduos já participantes do projeto foram convidados a participar e destes, 12 manifestaram o desejo de colaborar com as entrevistas por meio da livre manifestação em retorno ao convite.

Após a estruturação do projeto de pesquisa, deferência da Carta de Anuência pela coordenação do curso de enfermagem da Univates e a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa na mesma IES, iniciou-se a pesquisa. A definição dos participantes seguiu aqueles que participaram da primeira investigação “Software Tasy: um estudo de sua potencialidade para o estabelecimento da relação entre teoria e prática no ensino da Sistematização da Assistência de Enfermagem” entre 2017 e 2018. Com base nos contatos de e-mail dos indivíduos alvo da pesquisa, os pesquisadores encaminharam um e-mail informando os objetivos do estudo, bem como os critérios éticos do projeto de pesquisa, anexando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) o qual deveria ser assinado e devolvido digitalizado, indicando a concordância em participar.

Após o retorno com o aceite em participar das entrevistas, o pesquisador responsável realizou o agendamento individual com cada participante. A entrevista foi norteada por um roteiro desenvolvido pelos pesquisadores e os momentos tiveram seus áudios ou vídeos gravados e posteriormente transcritos. Para esta pesquisa também se utilizou das informações registradas pelo pesquisador principal no diário de itinerância.

Com base nas transcrições das entrevistas, os resultados foram organizados e subdivididos em categorias temáticas às quais aproximaram os conteúdos e achados com a técnica de Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (2016). Os resultados foram compilados em duas categorias seguindo o objetivo do estudo e suprimindo a identidade dos participantes por meio do uso de codinomes indicados pela letra “EN”, cada qual seguido de números ordinais aleatórios. As respostas dos participantes da pesquisa são apresentadas em itálico, para diferenciar das citações diretas.

Este estudo integra o escopo da Tese de doutorado intitulada “Software Tasy: um estudo avaliativo sobre a aprendizagem da Sistematização da Assistência de Enfermagem” vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino da Univates e registrado na CAAE nº 43053421.6.0000.5310 pelo Comitê de Ética em Pesquisa da mesma instituição. Para a realização desse estudo, foram respeitados os critérios éticos para pesquisas com seres humanos, estando de acordo com a Portaria nº 466 de 2012 (BRASIL, 2012).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta seção apresenta ao leitor os resultados e as discussões desta pesquisa, sendo subdivididos em três categorias temáticas. A primeira categoria é denominada como “Ensino e as potencialidades de realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem com o Tasy” e desenvolve os resultados referentes às potencialidades do ensino. Na segunda categoria intitulada “Assistência e as potencialidades de realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem com o Tasy” demonstrando os resultados relativos à assistência. E a terceira denominada como “Gestão e as potencialidades de realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem com o Tasy” constituindo-se como a última categoria e demonstrando ao leitor o viés de apresentação da gestão enquanto potencialidade no uso da SAE por meio do software Tasy.

3.1 Ensino e as potencialidades de realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem com o Tasy

O ensino em enfermagem é um dos principais enfoques quando trabalhamos a SAE no software Tasy, identificando formas de fortalecer a aprendizagem por meio da experimentação. Segundo Pissaia et al. (2020) é plausível pesquisar a aplicabilidade de práticas de ensino por meio do software quando o mesmo é um sistema presente em espaços teóricos e práticos da universidade. Yamamoto, Bandieira-Paiva e Ito (2015) colaboram com a ideia de que os sistemas informatizados possibilitam a democratização do ensino por meio de ferramentas de fácil acesso e modelados conforme a necessidade dos espaços educacionais.

Para tanto, o Tasy fortalece principalmente a relação entre a teoria e a prática acadêmica, conforme EN2 relata: “Conheço o Tasy desde o início da graduação, já são quase cinco anos e aprendi muito com ele, aquilo que comentamos de teoria e prática, o sistema ajuda e desenvolve para realizar os processos de trabalho”. A relação entre teoria e prática alavancada pelas ferramentas digitais é algo fomentado por Kenski (2012) e Silva e Lima et al. (2022) cujas obras favorecem as reflexões sobre a inovação na área da saúde. Da mesma forma, EN10 descreve: “Vejo que hoje o Tasy nos ajuda muito em sala de aula, conseguimos pensar em casos de saúde e por meio da SAE estruturar o plano de cuidados que de forma manual serial complicado de imaginar”. Para o COFEN (2009) a SAE é uma tecnologia fundamental para a condução das ações em saúde preconizadas à população, de forma que as informações são utilizadas de maneira ética e encaminhadas com segurança. No que tange a relação entre teoria e prática, Pissaia et al. (2020) defendem a utilização do Tasy como ferramenta para testagem dos conteúdos por meio de estudos de caso e estratégias de ensino diversificadas na área da saúde.

Segundo Regis e Porto (2011) a segurança das informações coletadas nos serviços de saúde é relevante à metodologia de trabalho definida para a equipe multiprofissional. Ainda para Magalhães et al. (2017) ao atrelarmos o potencial de ensino ao Tasy, compomos um cenário em que as informações do paciente são utilizadas para discussões, formulações de casos e simulações realísticas, desejando desta forma que sejam utilizados com ética. Conforme EN8: “O Tasy colabora para o ensino, compreendemos que as informações são importantes e merecem ser tratados com o respeito e a ética a que somos condicionados durante a formação em enfermagem”. Dessa forma, o ensino pressupõe também o uso ético das informações coletadas durante as práticas realizadas no serviço escolar ou nos demais ambientes em que ocorra a formação profissional. Para o COFEN (2009) o cuidado precisa acontecer com ética, seguindo os preceitos do exercício profissional da enfermagem e preservando a vida e os valores dos pacientes atendidos pelos enfermeiros.

Assim, pensar no Tasy enquanto ferramenta para o ensino em enfermagem é algo próximo e observado pelos participantes da pesquisa, conforme indica EN12: “O sistema colabora para a construção do plano de cuidados dos pacientes, de forma que independente da disciplina trabalhada, esses casos podem ser explanados e compreendidos”. Segundo os relatos, é possível vivenciar as diferentes fases do ciclo vital dentro da ferramenta, potencializando a utilização no contexto acadêmico. Ainda sobre isso, EN9 relata: “Passamos por vários estágios, práticas e vivências ao longo do curso, e isso nos ajuda a ampliar a visão sobre o uso do software em diferentes públicos, espaços e condições. Parece que amplia os horizontes quando consideramos o crescimento profissional”. Para Paulino et al. (2017) a formação em enfermagem exige a construção adequada de cenários e espaços para o ensino e a aprendizagem dos estudantes, compondo o terreno para a obtenção das informações inerentes às habilidades e competências do enfermeiro.

Dessa forma, para os participantes da pesquisa, é possível ensinar com a realização da SAE no Tasy, conforme menciona EN7 e EN12, respectivamente: “Aprendo muito com a SAE no Tasy. Nos diferentes estágios é possível realizar todas as etapas do PE em consonância aos achados clínicos, desenvolvendo as habilidades para isso”. “Faz algum tempo que seguimos com o Tasy nos estágios, principalmente do hospital e isso reflete a capacidade do serviço de saúde em fomentar o uso de tecnologias no seu ambiente. E nós alunos saímos ganhando com essa disponibilidade”. Para George e Thampi (2019) o uso de software para o gerenciamento de casos é algo inerente à área da saúde e que está no topo da inovação para melhoria do trabalho junto à população. Segundo Pissaia et al. (2020) é possível identificar o potencial de ensino do Tasy na apresentação de um sistema que conecta os diferentes processos do serviço de saúde, colaborando para a ampliação da visão para além da SAE.

O ensino em enfermagem é amplo, diversificado e necessita da incorporação de tecnologias para a sua qualificação na sociedade contemporânea. Dessa forma, EN3 relata: “A informática é o futuro do ensino, as aulas nunca mais serão iguais. Considero o Tasy como um futuro também, pois além de prontuário, ele nos auxilia na compreensão de tudo o que acontece no local de trabalho, ensinando a equipe”. O ensino por meio da prática é um dos anseios da formação em enfermagem, e cujo principal motivo que Cardoso et al. (2017) evidenciam o uso de tecnologias para alavancar o processo educativo na área. Educação que a própria SAE, quando implementada com eficácia possibilita à equipe de saúde, fortalecendo a comunicação, aproximando os profissionais e os pacientes enquanto sujeitos de um mesmo processo.

No que diz respeito ao potencial em ensino, a realização da SAE por meio do Tasy, no Quadro 1 são apresentados alguns excertos do diário de itinerância do pesquisador principal. No Quadro são apresentados quatro relatos na íntegra e vinculados a sua respectiva data e hora de registro, bem como a página no diário de itinerância do pesquisador.

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadro 1 - Recorte do diário de itinerância sobre ensino.

 

DATA

HORA

PÁGINA

DESCRIÇÃO

II

20/01/22

16:00

42

Percebo o potencial de uso do Tasy no processo de ensino e aprendizagem de diversos conteúdos, não somente da SAE, mas pensar que o software pode estar por trás de práticas de educação continuada, por exemplo. 

III

10/10/21

18:00

19

Conversando com os participantes é possível verificar a importância de fazer a SAE no Tasy, os alunos conseguem compreender o funcionamento do PE e tudo o que fortalece a sala de aula.

IIII

12/10/21

14:00

20

Hoje me perguntei durante todo o dia sobre como o ensino ou a SAE pode ser democratizados se o Tasy estivesse à disposição dos serviços de saúde ou das universidades.

IIV

09/08/21

19:00

15

Tenho um sonho, quero levar o Tasy para a sala de aula de todas as disciplinas. Fazer estudos de caso, seminários e discussões sobre aquilo que pode ser implementado com o software

Fonte: Autores (2022).

 

Quando refletimos sobre o uso da SAE no Tasy e seu contexto no ensino, é possível criar conjecturas sobre a sua aplicabilidade e as facilidades oriundas dos modelos tecnológicos que podem ser utilizados para a dinamização do ensino e da aprendizagem em enfermagem. Por este motivo, o pesquisador registra o trecho I do Quadro 1, em seu diário de itinerância, refletindo sobre as potencialidades do Tasy enquanto ensino em seus diferentes níveis. Tal registro é colaborado por Cardoso et al. (2017) que fundamentam o uso de informações contidas no Tasy para um programa de educação continuada e permanente para enfermeiros de um serviço de saúde, colaborando assim para a compreensão e validação de estratégias e teorias de cuidado. Da mesma forma, Kenski (2012) comenta que as tecnologias voltadas à educação podem abrir caminhos para diferentes usabilidades, inclusive para ações assistenciais e de ensino.

Outro ponto destacado pelo diário de itinerância é a possibilidade dos estudantes desenvolverem uma visão ampla da SAE e do PE quando realizada no sistema integrado. Dessa forma, o registro II apresentado no Quadro 1 indica essa observação realizada enquanto pesquisador, de que a SAE no Tasy auxilia na compreensão de diferentes conteúdos. Ainda para Pissaia et al. (2020) além das evidências de que o Tasy colabora para o ensino da SAE, os ganhos indiretos para a formação em enfermagem são variadas, pois afloram o senso crítico e reflexivo dos estudantes por meio da junção entre a teoria e a prática, compondo um cenário propício para os futuros profissionais.

A facilidade de acesso às tecnologias torna a área da enfermagem precursora na utilização de tecnologias para auxiliar os diferentes processos de trabalho nos serviços de saúde. O relato III registrado no Quadro 1 deste estudo, o pesquisador principal reflete sobre a importância do Tasy para o ensino, indicando que a realização da SAE nesta ferramenta digital colabora para a democratização dos processos de trabalho próprios da área da enfermagem. Segundo Riegel e Crossetti (2017) a SAE é considerada uma tecnologia para o cuidado em enfermagem, pois traduz em sua essência a capacidade científica da área. Colaborando, Pissaia et al. (2020) potencializam a SAE por meio do Tasy, uma ferramenta dinâmica e disseminada na internet que transpõe as barreiras geográficas e permite às equipes o manuseio de um sistema padronizado e que garante a eficiência dos processos de trabalho.

E por fim, o registro IV do Quadro 1, indica o sonho do pesquisador em incluir o Tasy nas diferentes disciplinas do curso de enfermagem, fomentando a sua utilização como meio para a qualificação dos processos de ensino e aprendizagem. Para a Philips (2020) o Tasy é um sistema dinâmico e que pode ser construído com o auxílio da equipe atuante no serviço de saúde, de forma que a personalização dos processos facilite a sua adoção na assistência diária à população. O dinamismo do Tasy é potencializado para o ensino da SAE nas evidências de Pissaia et al. (2020) as quais intuem sobre a possibilidade de utilizar o sistema nos diferentes espaços de ensino e aprendizagem, compondo um cenário de experimentação dos conteúdos. Ainda, segundo George e Thampi (2019) as tecnologias são um campo ainda a ser desbravado pelos espaços de saúde, pois desconhecem a maioria das possibilidades de inserção e otimização dos processos de trabalho e organização.

3.2 Assistência e as potencialidades de realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem com o Tasy

A assistência à população é um potencial observado pela aplicação da SAE por meio do software Tasy e reforçado pelos participantes da pesquisa que veem na ferramenta a possibilidade de gerenciar a saúde do paciente de forma efetiva. Conforme o COFEN (2009) a SAE organiza o método, os recursos humanos e as demais instruções para a assistência resolutiva à população. Desta forma, Pissaia et al. (2020) acreditam que a realização da SAE por meio do Tasy confere agilidade e eficiência no processo.

Neste quesito, os participantes mencionam a melhoria na assistência prestada à população a medida que os serviços de saúde passaram a utilizar a SAE com apoio do software Tasy conforme relata EN2: “Quando conheci o hospital ainda tínhamos o prontuário manual. Eram fichas individuais guardadas em arquivos gigantescos, e depois de dois anos veio o Tasy, ajudou muito e tornou o trabalho da enfermagem mais leve”. O patamar entre antes e depois da utilização do software também é levantado por EN8: “Imagina antes do sistema, todas as informações ficavam perdidas em diferentes locais e outros sistemas. Não tinha como fazer a gestão das famílias, dos casos, pois os dados eram perdidos ao longo do tempo, tinha que lembrar tudo de cabeça”. Da mesma forma, EN10 cita: “Entendo que para a equipe de enfermagem foi uma melhoria, mas para a população mais ainda, pensa na qualidade do trabalho que conseguimos dar para os processos, isso sem o Tasy é quase que impossível garantir”. Para a Philips (2020) o Tasy permite a gestão completa do serviço de saúde por meio da conexão entre os diferentes processos de trabalho, como os assistenciais, de qualidade, gestão de pessoas, farmácia, financeiro, dentre outros.

A assistência também é contemplada por meio da segurança do paciente, ou seja, medidas descritas pelos participantes da pesquisa que garante a resolutividade das ações realizados dentro dos serviços e que não gerem prejuízos à população. Neste contexto, EN5 relata: “Pensa que com a SAE conseguimos reunir todas as informações do paciente, não somente dele, mas do grupo familiar e fica disponível para a construção de um plano de cuidados eficaz, tem tudo para funcionar e não gerar perdas para essas pessoas”. A garantia sobre o uso das informações em prol da segurança do paciente também é tema da fala de EN7: “Antes a medicação subia da farmácia e ficava jogada no balcão, era muito fácil errar, agora com o Tasy e as informações da SAE, o enfermeiro ou o técnico em enfermagem chegam ao leito sabendo com certeza o que precisa ser feito”. As práticas auxiliadas com o uso do Tasy para a realização da SAE incorporam também medidas de conforto ao paciente, conforme cita EN1: “Sabe aquela coisa de acordar o paciente no meio do sono para medicar? Agora com o Tasy é possível programar a melhor hora, isso é recompensador saber que gera boas ações para eles”. Nesse contexto, Magalhães et al. (2017) pactuam que as ações de segurança do paciente são eficazes quando aplicadas rotineiramente no serviço de saúde, com vistas a redução de danos assistenciais e ao desenvolvimento da educação em saúde, ou seja, que essas práticas acrescentem à equipe multiprofissional no seu desenvolvimento profissional, mas também para a população.

As citações dos participantes também mencionam as atividades de promoção à saúde como atividades que podem ser qualificadas com a utilização do Tasy. Dessa forma, EN11 descreve: “No posto de saúde temos diversos grupos, um deles é o de diabéticos e com o Tasy é possível dimensionar as variações da glicose de cada um, acompanhar se o plano de cuidados é eficaz e está ajudando o paciente”. Ainda sobre o mesmo quesito, EN7 colabora: “Conseguimos gerenciar bem a população assistida pela equipe. Consigo filtrar os pacientes pelos diagnósticos de enfermagem e ser mais efetivo naquilo que preciso estruturar de ações para o coletivo”. Segundo Yamamoto, Bandieira-Paiva e Ito (2015) os sistemas informatizados possibilitam o acesso direcionado às informações de saúde do grupo populacional assistido, gerando assim ações planejadas e concretas em promoção à saúde. Da mesma forma, Chacko e Hayajneh (2018) estimulam o uso de sistemas informatizados para o desenvolvimento de intervenções de promoção e atenção à saúde, pautando a construção no método estatístico.

No que diz respeito ao potencial da assistência na realização da SAE por meio do Tasy, o Quadro 2 apresenta alguns excertos do diário de itinerância do pesquisador principal. No Quadro são apresentados quatro relatos na íntegra e vinculados a sua respectiva data e hora de registro, bem como a página no diário de itinerância do pesquisador.

 

Quadro 2 -  Recorte do diário de itinerância sobre assistência.

 

DATA

HORA

PÁGINA

DESCRIÇÃO

II

04/11/21

20:00

30

Hoje conversei a pouco com um participante sobre a qualidade da assistência que resulta da aplicação do Tasy e entramos no consenso de que é positivo, ajuda a melhorar a qualidade de vida da população. 

III

23/10/21

19:20

21

A qualidade de vida da população é a preocupação em fazer a SAE e usar o Tasy, é nítido que isso acontece pelo motivo da qualificação dessas vidas.

IIII

23/12/21

12:00

28

Os entrevistados reforçam que a SAE faz a diferença na vida das pessoas, gera qualidade naquilo que conhecemos como práticas de enfermagem.

IIV

12/11/21

14:00

26

Cada dia me convence mais de que a SAE faz a diferença na vida das pessoas e que aplicar nos locais de trabalho é uma melhoria possível ao país.

Fonte: Autores (2022).

 

O diário de itinerância do pesquisador principal permite ao leitor uma visão geral dos temas abordados na categoria. Em especial sobre a assistência, o registro I do Quadro 2 descreve a percepção de que durante a realização das entrevistas foi possível verificar que há melhoria na qualidade de vida com o uso da SAE no Tasy. Nesse quesito, a Philips (2020) oferece um sistema de gestão em saúde, em que um dos principais frutos é a qualificação da assistência prestada à população nos serviços de saúde.

 Ainda sobre a qualidade de vida, o pesquisador enfoca no registro II que os entrevistados se sentem motivados a realizar a SAE, pois a prática está atrelada a melhoria do contexto em que os pacientes estão inseridos. Em suma, o profissional ao perceber os benefícios gerados pelo software use dessa ferramenta para exercer as suas atividades junto ao público atendido. No contexto estudado por Ge at al. (2017) e Regis e Porto (2011) o resultado final de qualquer melhoria nos processos de saúde, é a qualidade de vida. Na visão dos autores, as práticas desenvolvidas pelos profissionais da saúde com auxílio de ferramentas e da própria bagagem de conteúdo teórico e prático geram efeito positivo na comunidade em que os indivíduos estão inseridos.

Da mesma forma que os anteriores, os registros III e IV preocupam-se com a qualidade de vida dos indivíduos e nas observações do pesquisador a aplicação da SAE colabora para essa melhoria. Os registros fazem alusão às observações e detalhes captados ao longo das entrevistas com os participantes de modo que tais achados possuem a fundamentação na linha estudada. Ainda na concepção de Pissaia et al. (2020) a SAE foca diretamente na construção de um plano de cuidados efetivo e resolutivo para a situação que o paciente enfrenta, tendo Riegel e Crossetti (2017) encontrado nessa justificativa a melhoria da vida da população.

3.3 Gestão e as potencialidades de realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem com o Tasy

A gestão é uma das vertentes de desenvolvimento das ações em enfermagem e cujos resultados impactam diretamente na população. Esta categoria apresenta os dois vieses de realização das ações indicadas pelos participantes da pesquisa. Sendo o primeiro deles a gestão de pessoas, voltado para a equipe de enfermagem e a segunda pautada na gestão do caso, ou seja, o gerenciamento de saúde realizado por meio da SAE aplicada com auxílio do Tasy.

No quesito gestão da equipe de enfermagem, os participantes mencionam principalmente o monitoramento das metas de indicadores assistenciais por meio da realização da SAE no software. Dessa forma, EN5 relata: “Todos os meses é possível gerar relatório das evoluções, por exemplo, para saber como direcionamos os casos e o andamento das intervenções indicadas no primeiro atendimento”. Da mesma forma, EN14 cita: “Todo o mês a gestão me passa se consegui atingir a meta de atendimentos realizados. É possível saber se as medicações foram aplicadas no horário correto, as orientações, tudo isso gera indicadores do setor e cada um precisa cumprir os seus”. As informações utilizadas da SAE realizada no Tasy compõem os dados pertinentes à assistência realizada no serviço de saúde em que atuam. Assim, a gestão da equipe está relacionada ao monitoramento da realização de determinado número de procedimentos esperados pela administração do serviço de saúde, bem como critérios de qualificação das práticas e afins. Segundo Chacko e Hayajneh (2018) as utilizações das informações dos sistemas de apoio à tomada de decisão em saúde colaboram para a qualificação do processo de trabalho e influenciam diretamente na motivação da equipe multiprofissional.

No que diz respeito à gestão dos pacientes, a realização da SAE colabora para o gerenciamento que a equipe de enfermagem realiza nos diferentes grupos de clientes acompanhados pelos serviços de saúde. O participante EN6 relata: “Fazendo a SAE no Tasy é possível gerar relatórios sobre a saúde dos meus pacientes, consigo saber se as mulheres realizaram os seus exames preventivos de câncer de mama, por exemplo”. Sob o mesmo limiar EN4 descreve: “A gestão de caso do paciente é algo simples de ser feito, basta preenchermos a SAE nas consultas de enfermagem e depois manter os relatórios em dia, é possível realizar ações de promoção à saúde, além de atenção e procedimentos”. Os relatórios mencionados pelos entrevistados são extrações de dados realizadas no próprio Tasy com base em filtros avançados de informações preenchidas pela equipe de enfermagem durante a realização da SAE ou pelos demais profissionais, como os médicos, dependendo do objetivo das informações. Para a Philips (2020) essa funcionalidade auxilia a equipe multiprofissional na tomada de decisão embasada nas informações fidedignas e próprias do serviço de saúde. Ainda para Yamamoto, Bandieira-Paiva e Ito (2015) o uso dessas funcionalidades possibilita uma visão ampla sobre o indivíduo, o grupo familiar e a coletividade acompanhada pela equipe de saúde.

As informações de gerenciamento possuem a finalidade de conduzir ações de promoção à saúde ou de atenção, dependendo da necessidade e do contexto do problema identificado. Alguns exemplos são citados pelos entrevistados, como EN7: “Para diabéticos que fazem os exames de hemoglobina glicada a certinho, há cada seis meses, nós reforçamos a orientações, revisamos o pé periodicamente, mais educativo [...]”. O mesmo participante segue comentando outros exemplos “[...] para aqueles pacientes que precisam de uma atenção maior, como aqueles que não realizam os exames, é necessário ligar e conversar para entender os motivos, além de deixar o posto disponível para isso”. Ainda sobre o quesito de ações em saúde, a ferramenta possibilita a dimensão real dos pacientes acompanhados, conforme cita EN1: “Antes do sistema não tínhamos a noção de quantos diabéticos estavam vinculados à unidade, mas com o Tasy e o preenchimento correto das informações que compõem a SAE, é possível dimensionar o público e desenvolver atividade para eles”. Neste contexto, Paulino et al. (2017) referenciam a utilização de ferramentas tecnológicas para apoio na condução das iniciativas da saúde coletiva. Da mesma forma, Riegel e Crossetti (2017) reforçam a tese de que a enfermagem possui ferramentas disponíveis no mercado com a capacidade de auxiliar no contexto assistencial e de gestão eficaz do serviço de saúde, de modo que a inovação ou a busca por essas tecnologias devem partir do próprio profissional.

No que diz respeito ao potencial da gestão na realização da SAE por meio do Tasy, o Quadro 3 apresenta alguns excertos do diário de itinerância do pesquisador principal. No Quadro são apresentados quatro relatos na íntegra e vinculados a sua respectiva data e hora de registro, bem como a página no diário de itinerância do pesquisador.

 

Quadro 3 - Recorte do diário de itinerância sobre gestão.

 

DATA

HORA

PÁGINA

DESCRIÇÃO

II

22/10/21

19:06

23

Percebo que os participantes da pesquisa acreditam no potencial do Tasy para a gestão dos serviços de saúde, a tecnologia é algo que eles consideram o futuro.

III

14/10/21

17:00

18

Depois de tanta leitura e conversa com os estudantes, identifico que a gestão em saúde é o principal viés de atuação do Tasy, a própria Philips usa essa publicidade.

IIII

04/11/21

08:10

25

Conversei com dois participantes, e a comunicação da equipe é algo que o sistema auxilia e fomenta a gestão do serviço de saúde.

IIV

17/12/21

20:15

32

Foi uma conversa de 2 horas que despertou a visão de que o Tasy é uma inovação para a maioria dos participantes, algo que considera importante e necessário para a atualidade justamente por responder bem a realidade da equipe de saúde.

Fonte: Autores (2022).

 

Os registros realizados sobre a gestão no diário de itinerância descrevem a observação dos contatos com os participantes. No primeiro deles, é descrito o potencial do Tasy para a gestão dos serviços de saúde, compondo como um meio tecnológico para a obtenção de informações e possibilidades de estratégias. Para Yamamoto, Bandieira-Paiva e Ito (2015) a disponibilidade de um sistema informatizado auxilia nas conduções multiprofissionais nos espaços de trabalho, sejam eles públicos ou privados. Já no segundo registro realizado pelo pesquisador e apresentado no Quadro 3 é mencionado o limiar de funcionalidade do Tasy, a de gestão em saúde, reforçando o que a própria Philips (2020) garante com o sistema.

O registro de número III demonstra a importância da comunicação para a gestão efetiva no serviço. E de fato, o próprio COFEN (2009) cita que a realização da SAE estimula a comunicação entre os diferentes componentes da equipe de enfermagem e multiprofissional. Ainda para Magalhães et al. (2017) a comunicação é uma das habilidades necessárias para a atuação na área da enfermagem, sobretudo para a construção de um modelo de cuidados holístico e multidisciplinar. E a inovação, complementada pelo registro IV e que alavanca a utilização do Tasy para o contexto da SAE. O Tasy enquanto inovação em saúde é indicada por Pissaia et al. (2020) como uma ferramenta de apoio e desenvolvimento de um cuidado pautado em teorias cientificamente aceitas e empregadas por uma equipe capacitada para tal modelo de trabalho.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudar as potencialidades do software Tasy é um desafio, tendo-se em vista as distintas esferas de usabilidade e modelagem que o mesmo abarca na área da saúde e suas linhas de atuação, como a assistência, o ensino e a gestão. Considera-se que a falta de estudos sobre o software limite as discussões de forma a aproximar os resultados encontrados com a pesquisa, pois se observa que o Tasy é utilizado como base de dados epidemiológicos na maioria dos estudos, dificultando assim as demais construções em que a ferramenta pode ser utilizada.

Mesmo neste cenário, o estudo identifica algumas potencialidades da aplicação da SAE por meio do software Tasy para a área da enfermagem, sendo possível identificar no contexto estudado, ensejos sobre a assistência à população, o ensino em enfermagem e a gestão do serviço de saúde. No que tange a assistência à população, os participantes indicaram que a realização da SAE por meio do software Tasy influencia diretamente na qualidade de vida do paciente, devido à assertividade das ações realizadas pela equipe de enfermagem.

O ensino em enfermagem também é indicado dentre uma das potencialidades do Tasy, destacando o estímulo para a experimentação dos estudantes e o fortalecimento dos conteúdos por meio da teoria e da prática. Os achados apontam para o fortalecimento das tecnologias enquanto meio para a construção de planos de ensino que contemplem atividades diversas e que propiciem momentos de reflexão e o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias ao enfermeiro.

No que diz respeito à gestão, os participantes indicam que o Tasy possibilita a determinação e o acompanhamento de indicadores relativos aos pacientes acompanhados pela equipe multiprofissional, com ênfase na disponibilização de informações coletadas para a SAE. Ainda sobre a gestão do serviço de saúde, considera-se que o Tasy oferece a equipe de enfermagem uma ferramenta de apoio a tomada de decisão quanto ao plano de cuidados do paciente, grupo familiar e da coletividade, tendo-se como base os diagnósticos e demais situações que determinam as práticas terapêuticas.

Dessa forma, o estudo lança ao meio científico diversas potencialidades na utilização do Tasy, sobretudo com a realização da SAE no software cujo modelo organizacional permite uma visão integrada e holística sobre o paciente. Considera-se que partindo destes resultados será possível realizar futuras pesquisas ampliando os cenários e os participantes.

 

REFERÊNCIAS

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Tradução: Luís Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 2016.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Ministério da Saúde (BR). Portaria 466/2012. Brasília (DF), 2012.

CARDOSO, Rosane Barreto; FERREIRA, Beatriz Jansen; MARTINS, Wolney Andrade; PALUDETO, Sérgio Bassalo. Programa de educação permanente para o uso do prontuário eletrônico do paciente na enfermagem. Journal of health informatics, v. 9, n. 1, 2017.

CHACKO, Anil; HAYAJNEH, Thaier. Security and privacy issues with IoT in healthcare. EAI Endorsed Transactions on Pervasive Health and Technology, v. 4, n. 14, 2018.

COFEN. Resolução COFEN nº 358 de 2009. Conselho Federal de Enfermagem, Brasília (DF), 2009. Disponível em http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em 11 abr. 2022.

GE, Mengmeng; HONG, Jim; GUTTMANN, Walter; KIM, Dong Seong. A framework for automating security analysis of the internet of things. Journal of Network and Computer Applications, v. 83, p. 12-27, 2017.

GEORGE, Gemini; THAMPI, Sabu. Vulnerability-based risk assessment and mitigation strategies for edge devices in the Internet of Things. Pervasive and Mobile Computing, v. 59, p. 101068, 2019.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Editora Papirus. 2012. 141p.

LINCH , Graciele Fernanda da Costa; PAZ, Adriana Aparecida; CAREGNATO, Rita Catalina Aquino; ABREU, Aline Moraes; SOUZA, Emiliane Nogueira. Ações coordenadas para implantação e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Enfermagem em Foco, v. 10, n. 7, 2019.

MAGALHÃES, Solange Maria Fustinoni; GABRIELLONI, Maria Cristina; SANNA, Maria Cristina; BARBIERI, Márcia. Educação em Enfermagem: conceituando projeto pedagógico na visão de professores. Acta Paulista de Enfermagem, v. 30, n. 3, p. 247-253, 2017.

PAULINO, Valquiria Coelho Pina; SILVA, Luiz Almeida; PRADO, Marinésia Aparecida; BARBOSA, Maria Alves; PORTO, Celmo Celeno. Formação e saberes para a docência nos cursos de graduação em enfermagem. Journal Health NPEPS, v. 2, n. 1, p. 272-284, 2017.

PHILIPS. [internet] 2020. Disponível em: https://www.philips.com.br/healthcare/product/HCNOCTN306/tasy. Acesso em: 25 fev. 2022.

PISSAIA, Luís Felipe; REHFELDT, Márcia Jussara Hepp; COSTA, Arlete Eli Kunz; MORESCHI, Claudete; MONTEIRO, Sabrina. As redes que unem tecnologias e ensino na compreensão da Sistematização da Assistência de Enfermagem e do software Tasy. Revista Sustinere, v. 8, n. 2, p. 315-337, 2020.

REGIS, Lorena Fagundes Ladeia Vitória; PORTO, Isaura Setenta. Necessidades humanas básicas dos profissionais de enfermagem: situações de (in) satisfação no trabalho. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 45, n. 2, p. 334-341, 2011.

RIEGEL, Fernando; CROSSETTI, Maria Graça Oliveira. Pensamento crítico holístico no ensino da enfermagem. Simpósio do Processo de Enfermagem (8.: 2017: Porto Alegre, RS) Processo de enfermagem: estratégia para resultados seguros na prática clínica. Porto Alegre: HCPA, 2017.

SILVA E LIMA, Stella Godoy; SPAGNUOLO, Regina Stella; JULIANI, Carmen Maria Casquel Monti; COLICHI, Rosana Maria Barreto. Nursing consultation in the Family Health Strategy and the nurse’s perception: Grounded Theory. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, 2022.

YAMAMOTO, Thiago Toshiyuki Izumi; BANDIERA-PAIVA, Paulo; ITO, Marcia. Avaliação da usabilidade de interface gráfica de dois sistemas de gestão hospitalar. Journal of Health Informatics, v. 7, n. 2, 2015.

 



[1] Enfermeiro. Doutor em Ensino.

[2] Enfermeira. Doutora em Ambiente e Desenvolvimento.

[3] Doutora em Química e Pós-Doutora em Educação e Psicologia.