O lugar da psicanálise na plataformização
mutações narcísicas na Plataformização
DOI:
https://doi.org/10.21728/asklepion.2025v4n1e-106Palavras-chave:
Saúde mental, Subjetividade, Narcisismo, Ciência da Informação, Saúde MentalResumo
As profundas transformações decorrentes do acesso e uso da informação e TIC que constituem a Plataformização deram origem às mutações psíquicas, assim afetando a saúde mental. Diante dessa argumentação, qual é o lugar da Psicanálise frente à essas mutações psíquicas no âmbito da Plataformização? O objetivo deste trabalho foi descrever e discutir as transformações subjetivas excedentes da Plataformização. A justificativa se baseia no fato de que ao abordar a Plataformização e seus excedentes é necessário suspender as teorias clássicas, para compreender o novo que surge dela. Adotou a abordagem qualitativa e método de análise de conteúdo aplicado por três protocolares, pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. O lócus foi a Ciência da Informação e o corpus foi um bibliografia que aborda a Psicanálise nesse campo de 2001 a 2024. Na Plataformização as subjetividades narcísicas que se movem por fluxos de informação, promovendo empoderamentos e protagonismos distorcidos. Essas subjetividades narcísicas podem ser divididas em três espectros: a subjetividade espectral psicótica narcísica, que transita pela ‘realidade psicótica digital’, com uma inclinação para plataformas digitais e jogos, onde o gozo está relacionado ao poder; a subjetividade espectral neurótica narcísica, que transita pela ‘realidade de mediação social, digital e virtual’, marcada pelo conflito entre o desejo de estar conectado e a dificuldade de se adaptar a essa realidade, resultando na ausência de gozo; e a subjetividade espectral perversa narcísica, que transita pela ‘realidade de mediação social e física’, onde o gozo é obtido a partir das fake news.
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